quinta-feira, 6 de março de 2008

Poema de uma

O gosto da boca, osculava
Da textura dos lábios de quem amava
Da usura da paixão, fornicava

Era o amor da alma que se dava
Da incompreensão que calava
Do tácito amargo, desdobrava

Eu era a gueixa, na sua cama esperava
Com sussurros e gritos, te delirava
Mordida na pele, gemidos dava

Chave de pernas, amor que se dava
Era a puta que em sua cama esperava
Pra você, apenas uma que passava

Eu era seu fetiche, seu pecado e nada
Eu era a paixão da sua secura amargurada
Carne e apenas carne que não sangrava

A pele quente, sangue, cortava
Desconsiderada, a pessoa não amada
O corte, o estrago, o vazio que se dava

Agora era o negro, o vazio, o nada
A desgraça, do cansaço, indignava
Do esquecimento daquela que sonhava

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